quarta-feira, 10 de março de 2010

MICOSE








Micoses são infecções incômodas e resistentes, causadas por aproximadamente 100 espécies diferentes de fungos, algumas vezes confundidas com alergias, ou mesmo hanseníase. Se alimentando de gordura e/ou queratina presentes no corpo, desenvolvem-se quando encontram situações propícias para tal, como alta umidade e calor; ou quando a imunidade da pessoa está comprometida. No primeiro caso, geralmente se trata de uma infecção superficial. No segundo, pode atingir órgãos internos, sendo então classificado como uma infecção profunda. Imunodeprimidos, como portadores do vírus da AIDS, ou mesmo pessoas internadas em UTIs estão mais propensas a adquiri-la.

Além de causar desconforto e alterações estéticas, estes fungos propiciam também a entrada de outros patógenos, como bactérias. Tal situação é bastante comum no caso de frieiras (também chamadas de pé-de-atleta). Assim como as micoses das mãos, estas se apresentam na maioria das vezes como fissuras, descamações, ou vesículas localizadas entre os dedos.

Outras manifestações destes patógenos é a tinha crural, encontrada de forma mais frequente entre as cochas, principalmente durante o verão; a de couro cabeludo, se apresentando como placas com descamação, com ou sem pus; tinha de barba, com bordas bem definidas; e tinha de corpo, avermelhada e com microvesículas. Além disso, unhas também podem ser acometidas pelos fungos, dando aspecto grosseiro às mesmas: são as onicomicoses.

Fungos típicos da constituição normal de nosso corpo também são capazes de provocar micoses, quando algum fator propicia seu crescimento exagerado. É o caso da Malassezia furfur e da Candida alicans.

A primeira provoca lesões arredondadas, escamosas e de coloração variável, geralmente presentes em locais pilosos. Oleosidade e suor excessivos propiciam sua proliferação demasiada. Já a segunda é responsável pelos sapinhos e candidíase. Mucosa oral, dobras da pele, unhas, cantos da boca e região vulvovaginal são os locais mais frequentemente afetados por ela.


Prevenção:

• Enxugar bem o corpo, após o banho.
• Preferir usar roupas feitas com fibras naturais, como o algodão, já que estas não retêm o suor; e calçados abertos, pelo mesmo motivo.
• Usar luvas ao entrar em contato com o solo.
• Não entrar em contato com lesões micóticas de animais ou pessoas infectadas.
• Não utilizar roupas, toalhas, materiais de manicure, dentre outros, que não sejam de uso individual.
• Evitar andar descalço em pisos úmidos ou públicos.
• Cuidados especiais aos pacientes imunodeprimidos.


Diagnóstico:

Suspeitas de micose devem ser analisadas pelo médico dermatologista. Na maioria dos casos, apenas pelo aspecto em que se apresentam as lesões, a infecção já é diagnosticada. Entretanto, há situações em que é necessária a análise da lesão e, para tal, é necessário que se colha o material.


Tratamento:

Geralmente é demorado. Pode ser requerido apenas o uso de pomadas locais, ou também a utilização de medicamentos via oral.

Um "Novo Azólico": Itraconazol com Ciclodextrina

O itraconazol é uma droga triazólica (tabela 7) que esteve durante muito tempo disponível em cápsulas e, mais recentemente, em solução. Tem um amplo espectro de atividade com eficácia e segurança. Não é mais eficaz para candidíase que a anfotericina B, mas atua sobre outras micoses sistêmicas como histoplasmose, blastomicose e aspergilose. [40,41]


Os azólicos

Imidazóis

Triazólicos
Segunda geração dos triazólicos

Cetoconazol
Fluconazol
Voriconazol (derivado do fluconazol)



Itraconazol
Ravuconazol (derivado do fluconazol)





Posaconazol (derivado do itraconazol)



A absorção oral a partir da cápsula de itraconazol é variável e melhora quando administrada próxima às refeições, mas atualmente uma formulação líquida está disponível, conferindo 30% a mis de biodisponibilidade. Esta formulação, uma solução com ciclodextrina, deve ser administrada preferencialmente à cápsula, para todos os pacientes imunocomprometidos com micoses sistêmicas. A ciclodextrina é um anel de moléculas de glicose que estabiliza o medicamento e aumenta sua absorção, resultando em maiores níveis séricos e teciduais do itraconazol.

A utilidade clínica de itraconazol esteve previamente limitada pela falta de formulação de parenteral. Uma formulação intravenosa da droga, também solubilizada em ciclodextrina, há pouco tempo está disponível, oferecendo maiores absorção e nível sérico, comparada com qualquer preparação oral. A droga é indicada como uma agente de segunda linha contra aspergilose e como agente de primeira linha para histoplasmose e blastomicose.

A administração intravenosa durante 2 semanas, seguida por administração oral de itraconazol durante 12 semanas demonstrou ser efetiva em cerca da metade dos pacientes imunocomprometidos com aspergilose pulmonar invasiva. [42] Os níveis de itraconazol excederam 250 mg/mL em 91% dos pacientes. Porque o itraconazol é metabolizado pelo fígado e a ciclodextrina é excretada pela urina, a droga deve ser usada com precaução em pacientes com função renal reduzida; inclusive, dados sobre a sua utilização em pacientes com insuficiência renal ainda não estão disponíveis. Portanto, esta droga é contra-indicada na presença de nefrotoxicidade (clearence de creatinina menor que 30 mL/min).

Os efeitos adversos ao itraconazol incluem náusea, dor abdominal, insuficiência hepática e, a doses muito altas, hipocalemia e edema. Devido seu metabolismo estar ligado ao sistema enzimático do citocromo P-450, o itraconazol é associado com múltiplas interações com outros medicamentos


publicado por

Debora rejane

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